ENSINAMENTOS
Ser invisível quando não se quer ser
é ser mágico nato
não se ensina, não se pratica, mas se aprende
no primeiro dia de aula aprende-se
que é uma ciência exata
o invisível exercita o ser “zero à esquerda”
o invisível não exercita cidadania
as aulas de emprego, casa e comida
são excluídas do currículo da vida
ser invisível quando não se quer ser
é ser um fantasma que não assusta ninguém
quando se é invisível sem querer
ninguém conta até dez
ninguém tapa ou fecha os olhos
a brincadeira agora é outra
os outros brincam de não nos ver
saiba que nos tornamos invisíveis
sem truques, sem mágicas,
ser invisível é uma ciência exata
mas o invisível é visto no mundo financeiro
é visto para apanhar da polícia
é visto na época das eleições
é visto para acertar as contas com o leão
para pagar prestações e mais prestações
é tanto zero à esquerda que o invisível
na levada da vida soma-se
a outros tantos zeros à esquerda
para assim construir-se humano.
(Esmeralda Ribeiro, pág 55)
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Houve no IFBA Camaçari a 3° semana da consciência negra. Pergunta-se pq e pra qr falar disso se há uma tal "democracia racial", mas até que ponto ela é verdadeira? Esse Poema de Esmeralda Ribeiro traduz o que acontece diariamente, mas a luta e a resistência tem que acontecer.
De fato, o racismo tem sido um sucesso no Brasil, afinal as vítimas se sentem constrangidas ao serem discriminadas. Onde tiamos quilombos, temos hj a periferia, mas junto com a marginalização do quilombo temos também eles como centro de resistência.
Poderiam me perguntar e eu me pergunto: Mas não existe uma única raça, a humana?Biologicamente é realmente vdd, mas no ambito social politico essa realidade não se repete, afinal enquanto houver a diferenciação por conta da pele e caracteristicas físicas a raça se perpetua, se materializando no preconceito, TALVEZ se o preconceto etino-racial acabar, ai sim, poderemos falar que só esxiste a raça humana.
Tenho uma série de perguntas sobre o assunto, ainda existem algumas ( muitas) questões não esclarecidas.
Grande Rafayane, sim a criminalização da pobreza e da cultura afro (pois ate os brancos (como eu) que buscam assumir sua baianidade que buscam assumir o sangue negro que corre nas minhas veias) sofrem preconceitos, como se eu tivesse que aceitar uma cultura européia "civilizada" que me impõe.
ResponderExcluirLutaremos pela igualdade, viva bob marley.