Escritinhos: História

Ao longo do ano, por atividade escolar produzi alguns textos em diversas matérias. Aqui postarei alguns desses textos, com suas respectivas questões.
Possivelmente em algumas dessas questões não tenha feito sozinha, quando assim o for colocarei o nome d@ camarad@.
Essa página é destinada aos textos de História, propostos pelo professor Igor Gomes - professor da minha turma. Foi necessário dividir por conta do tamanho dos textos. Talvez eu escreva muito (?).


             Explique as características gerais do populismo na América Latina e aos golpes de estado na mesma.

            O populismo na América Latina se deu de várias formas, mas sobre linhas gerais algumas características serão praticamente que gerais, com salvas exceções.
            A interpretação para o termo populismo tem ganhado vários significados ao longo da história, para o presente texto, abordaremos populismo como sendo o momento que o Estado é usado para trazer consenso, sendo esse consenso uma forma de dominação, um Estado de compromisso, que tem característica reformista. Para esse populismo ser posto em prática aconteceu alguns fatores motivadores, um exemplo disso é a crise do liberalismo econômico, que teve culminância em 1929.
            A América Latina tinha sua economia calcada na agroexportação, e esse processo era liderado pelas oligarquias que lideravam a economia, e consequentemente detinham o poder político. Porém, nesse período devido até mesmo a ascensão dos Estados Unidos da América e as novas roupagens do capitalismo – uma forte política de América para os americanos, financiada pelos EUA, visando à expansão capitalista - estávamos vivendo o liberalismo econômico, ou seja, o mercado liderava a economia, mas com a crise de 29 essa oligarquia que era dependente da exportação acaba por sofrer as consequências, e a crise econômica é instaurada. Mas para agravar a situação essa crise econômica gera uma crise social, com o desemprego crescendo exponencialmente, e para a população sendo agravada a fome e etc. atrelado ainda, temos a organização da classe trabalhadora, seja no campo ou no meio urbano, que está muito descontente com as classes dominantes - que até então não assume o papel exatamente burguês -, e nesse período está tendo influências, decorrente da revolução socialista que aconteceu no leste europeu a “ordem” precisa ser estabelecida com urgência.
            Com esse cenário montado, a desestabilização oligárquica, com a crise liberalista e o proletariado organizado, e, portanto enfurecido, alguma providencia tem que ser tomada. Nesse contexto o Estado entra em ação, como apaziguador da situação, precisa-se de um líder que agradasse os trabalhadores, como também os burgueses e a oligarquia, nesse momento nós resgatamos o conceito de populismo trazido no primeiro parágrafo, o Estado entra na história para fazer “acordos” que tornem estáveis a situação (essa estabilidade nem sempre é alcançada, e prova disso são os golpes de estado, que serão tratados mais a frente) entre as classes, que estão surgindo e também as que estão redefinindo seus papéis, tentando eliminar a luta de classes, que como é sabido é existente na sociedade capitalista.
            Como superação da crise começa a haver um nacionalismo forçado, principalmente incitado pela burguesia que está surgindo, vale ressaltar que essa burguesia em muitos momentos tem seus membros advindos da antiga oligarquia, o que já causa uma confusão entre as classes. Essa Nova Burguesia, que ainda era muito tímida percebe um momento de ascender de vez através de uma industrialização, que agora será financiada pelo Estado que dará toda estrutura para que a Indústria Nacional aconteça. O setor agroexportador que agora não tem mais mercado, precisa de um, e vê, portanto a possibilidade de mercado NACIONAL atrelado a industrialização que gera empregos e, portanto cria mercado. Deste modo, o nacionalismo na latinoamérica surge como proposta da elite – Cuba é uma bela exceção já que o seu nacionalismo vem do povo. A pressão popular está muito forte, já que não lhe é garantida os direitos mínimos de vida, e as reivindicações são cada vez maiores.
            O Estado vai intervir, e nesse momento há uma aliança – compromisso entre classes – entre a burguesia e as oligarquias. E para frear as lutas populares algumas leis trabalhistas são implementadas, greves (que é uma das maiores formas de protesto da classe trabalhadora) são legalizadas, os sindicatos se tornam legais, assumindo o corporativismo e os governos adotam uma postura de amizade com o trabalhador, alguns posicionamentos tornam isso muito evidente como, por exemplo, o discurso dos líderes políticos que sempre tinham um teor trabalhista, muito voltado para o trabalhador, com a falácia inclusive antiimperialista, antioligárquica. Resumindo o Estado tenta barrar a luta social, por meio do discurso, os estados populistas geralmente tem apoio do povo, e sendo apoiado pelo povo é mais fácil se manter.
            Porém, é muito difícil manter-se sempre a agradar todas as classes, afinal o confronto entre elas é escancarado do sistema vigente e por vezes, há um choque, um curto circuito, o sistema passa por verdadeiras convulsões. O processo de formação industrial é um dos pontos que impulsionaram crises, porque a industrialização era financiada por um estado que andava de mãos dadas com essa burguesia, tirando o caráter revolucionário burguês - que era tido na Europa, por exemplo. Devido essas incompatibilidades, portanto, tivemos uma América Latina recheada de Golpes de Estado.
            Contraditoriamente, esse populismo está atrelado a golpes de estado. Uma possível explicação é o nacionalismo que estava sendo cultivado, o exército ganha muita visibilidade, mas ainda não tem tanto poder assim, e na busca por esse poder aproxima-se sagazmente das classes trabalhadoras se aproximando das causas populares. Tendo as armas e o apoio do povo: GOLPE DE ESTADO. Os golpes foram contínuos os maiores populistas eram militares, a exemplo de Getulio Vargas e Perón, e as forças armadas dominaram por longo tempo a política.
            Quando os interesses não convergiam, a parte que estava sentindo-se prejudicada - diga-se não privilegiada – era sempre um motivo para um novo golpe, e para isso os EUA lá estavam para dar apoio financeiro e bancar esses golpes. Inclusive para contenção comunista. Nesse contexto criou-se a ideologia da Segurança Nacional, os yanques atuavam com a formação do exército, sob pretexto de defender os países do socialismo, ou seja, sempre que não agradava-os eles junto com essa ideologia davam golpes de estado, era um momento delicado para os EUA, a bipolaridade tinha se instaurado e Cuba, que está na América, e por sinal muito perto deles, se tornara socialista. Cuba é um exemplo que a insurreição revolucionaria pode acontecer afinal em Cuba vários golpes já haviam sido financiados pelos EUA, mas através de um nacionalismo proposto pelo povo houve a vitória popular que, diga-se de passagem, também é chamado por alguns de golpe de estado.
            No pós segunda guerra só aumenta a intervenção dos EUA, para conter o comunismo, com o discurso de que a liberdade e a democracia que são os sistemas certos, e eles devem ser seguidos e aqui as ditaduras explicitas não devem mais acontecer e o controle ideológico assume outra postura.